Há quem force sorrisos todos os dias, toda a hora, a todo o instante, como se tivessem a obrigação de demonstrar alegria, embora forçada, sem lastro de legitimidade.
É uma violação e um desrespeito a si mesmo. Melhor seria se então trabalhasse em si para que surja a verdadeira e espontânea alegria. Aconselhável estudar a si mesmo e procurar onde se pode melhorar para cultivar o real sentimento, ao invés de viver de lábios esticados sem a menor ressonância com o coração.
Há quem deva estar até com câimbras terríveis nos músculos faciais de tanto forçar a barra sem vontade. Diuturnamente, esticando as bochechas e mostrando os dentes, mas sem o verniz e o brilho verdadeiro dos olhos, a refletir a realidade da alma. Soa um tanto estranho.
Não se está tecendo apologia ao acabrunhamento, nem tampouco ao cenho crispado, não se trata disso. Mas, sim, ao reverso, de contemplar o verdadeiro ao invés do falso. Não se tem a obrigação de estar sempre de boca esticada aos quatro ventos. Curioso...
A própria natureza tem momentos oscilantes. E está tudo bem. Não estaria, ou seja, seria antinatural se uma só coisa acontecesse, pois vai de encontro ao ritmo das coisas.
É apenas uma opinião. Posso estar equivocado, naturalmente. Não tenho, e já deixei para trás há muito tempo a necessidade de estar certo. Apenas exponho um meu ponto de vista, o qual, se me convencer do contrário posso facilmente mudar sem o menor esforço.
Mas é curioso isso...
Tanto parece desequilíbrio estar sempre gargalhando quanto estar sempre entristecido. Há de se sondar um coração desses, certamente devará haver coisa indo não muito bem.
A própria alegria da alma, legítima, verdadeira, no mais das vezes é silenciosa, tranquila, como a luminosidade que transparece calma de um lampião que vai queimando sem pressa o seu combustível. Ilumina, sim; mas não vive a causar incendios, ou arroubos desassisados...
Mais uma vez o equilíbrio parece ser o ponto chave.
Não sei.
Nem sei se deveria publicar isso, vou deixar reservado no blogue, e leia-o quem quiser.
Como dito, é uma opinião.
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