segunda-feira, 7 de outubro de 2019


Visto que Tu, ó grande consciência, reflete tudo, onde foi que Te perdi? Na fortaleza do Teu ser em mim, no Teu passo forte por minhas pernas, onde foi que Te perdi? Que maldito fato e que falsa crença, crença mentirosa, me fez perder? Onde foi a esquina em que Te abandonei? Fala-me, Grande e Poderosa Força, fala-me que vou buscar-Te e trazer-Te para cá, bem dentro do coração. Eu quero a Tua resposta, mas a resposta só pode vir se Tu quiser, ó Misericordiosa Força. Quero sambar contigo, quero sorrir contigo, quero correr, gritar, lutar, voar por aí nos braços do teu vento. Onde, me diz onde Te deixei? Mentirosa crença, magra, desnuda, feiosa, e vazia de todo vigor, esta eu já destrui, e agora quero Te recuperar, Alma amada, quero Te envolver no meu olhar, ou melhor me envolver o Teu olhar, no Teu abraço protetor, quero vestir-me com Teu manto sagrado. Diga, pois. Diga-me Poderosa Voz. Fala-me, demonstra-me, avisa-me, indica-me, sinaliza-me. Ó imortal e toda vitoriosa Alma. Estou aqui sorrindo pra Ti…

A ira (não o ódio) (*)



Certa vez um homem já disse: “nem irar-se nesses termos é contra a mansidão”, referindo-se ao episódio em que o Mestre derrubou as mesas e varreu os vendilhões do Templo.

Assim, claro está, há situações em que a ira brota naturalmente como revolta da Alma frente à arbitrariedade, frente à injustiça, etc.

A Alma boa, por muito tempo, carrega em si o falso conceito de que deve sempre calar-se, de que deve aguentar quieta as injustiças, de que se não deve revoltar. Tudo isso é válido em se considerando o ego, porquanto a revolta de um ego insano pode causar tragédias, jamais construir e disso nós estamos cheios de exemplos.

Contudo, quando o impulso brota do imo do Ser, destituído de ódio, destituído de vingança, destituído de julgamento, é a mesma coisa que uma tempestade que sopra para limpar os miasmas da Natureza, eventualmente derramados, por lugares específicos.

Não fosse assim, não fossem essas revoltas, talvez ainda estaríamos presos a campos de concentração, ou escravizando em correntes e bolotas de ferro os nossos irmãos de pele negra. Um absurdo!

Muito diferente, porém, é a ira do ódio. Muito diversa é a ira da maldade. Muito, mas muito distante está a ira da vingança e do desejo do mal e de toda a sorte de julgamento.

Aquele que já sentiu a ira de Deus compreende que ela é um fogo que aquece o coração, expressa-se no verbo justo e escorreito, firme como a rocha, mas que não guarda no peito mescla de ódio, vingança, egoísmo, e julgamento.

Não há peso na consciência daquele que assim age, pois é a Voz de Deus que se expressa como admoestação! É a voz do Altíssimo que faz estremecer o chão dos impetuosos no momento adequado.

A consciência, nesse quesito, sempre será o nosso juiz. Ninguém se lhe pode escapar ao aguilhão, ao peso do remorso, quando a ação é perpetrada pelo ego desequilibrado.

Que fique bem clara a diferença. A ira não contém ódio, nem carrega pesar. A ira não deseja vingança, de modo que transmutada a situação, a própria boca que feriu, necessariamente, pode fazer cicatrizar as feridas…

Que a paz do Altíssimo seja o nosso luzeiro, guia e caminho, hoje e sempre.

(Lavras do Sul, 07/10/2019).

domingo, 6 de outubro de 2019

o que é, é. (*)

Quando a consciência não está preparada, pode ler mil vezes a declaração do maior dos princípios, mas não conseguirá depreender a sua essência.

Declarações como as contidas no Genesis deveriam deixar todos de queixo caído, contudo, a consciência do sono lê aquelas páginas e pensa "que povo primitivo", fecha o Livro e segue na sua vidinha de sono, estudando o átomo, as células, buscando explicação disso e daquilo por meio do intelecto.

Não se contesta o método intelectivo, contudo, chega um ponto em que a mente e o intelecto já não são capazes de avançar na compreensão daquilo que é.

Nesse ponto, alguns baixam a cabeça e seguem dormindo, como se nada tivesse acontecido, lendo as suas mesmas revistas e livros acadêmicos.

Outros, ao reverso, tentam abandonar o pensamento, pois já sentiram que há vida além da compreensão dos sentidos, porém no próprio esforço por fazê-lo perdem a fragrância de sua obra.

Ainda, outros poucos, sentam na sua cadeira, relaxados, e apenas observam, como testemunhas, o desenrolar das cenas do mundo dos sonhos, e eis que o maravilhoso se lhe descortina, não na compreensão, pois a realidade sobrepõe o intelecto e a mente, mas na Alma, no Espírito, que é uno, no qual tudo está e que está através de tudo.

Aqui a obra não acabou, está, isto sim, acabando a vida do homem raso. Está, é bem verdade, movimentando-se-lhe os olhos como quem está a beira de acordar de um sono profundo, no entanto é apenas o começo, o começo da tão maravilhosa morte do "filho pródigo".

Não há outro caminho, perdoem-me os poetas, é preciso morrer em humanidade para renascer em Espírito, e isso não demanda vidas e vidas, e nem se obtém pelo esforço, senão pela Graça.

A nós, cabe-nos sentar e testemunhar, sentar e observar, sentar e esvaziar o copo, e deixar que o néctar do Verbo se derrame sobre nós, nos preencha e inunde.

Então é quando a Alma redescobre (observe "re"descobre) que nunca houve um começo, um meio e um fim; que nunca nasceu nem nunca morrerá; que não possui um pai ou uma mãe; que nunca sentiu dor ou prazer; mas que sempre foi, pois aquilo que é, é.

É difícil para mim, como escravo das paixões, escrever para as paredes. Mas descobri que as próprias paredes me escutam e observam e que não há diferença entre mim e elas.

sábado, 5 de outubro de 2019

O Retorno



Deus me permitiu senti-Lo, por isso falo de Deus. Sei que há muitos níveis da Presença Divina, embora Ela seja apenas Uma em tudo e através de tudo. Depois que senti a Grande Alma é que fui para as escrituras sagradas. Reconheço que se tivesse ido antes para as escrituras iria pensar estar diante de muitas incoerências, mas hoje, após ter vivido com Deus, ainda que por breves momentos, reconheço a Verdade oculta nas letras humanas. Não tenho medo de escrever “Verdade”, pois senti Deus. Chega num momento da vida em que as pessoas (egos apartados da Fonte) sentem medo de dizer que conheceram a Verdade, porque elas acreditam que precisam saber explicar. Não precisam. Deus é. Por isso, o caminho do místico, ou qualquer outra classificação infantil que queiram dar, é sempre solitário. Eu disse sempre. Pode haver estudos em grupo, mas a jornada é solitária por excelência.
Deus se permite conhecer e não precisa ser puro de coração. Deus não faz diferença entre o virtuoso e o pecador. Isso tudo é uma besteira inventada pelo homem. Uma deturpação para escravizar o homem à Lei da Causa e Efeito e aprisioná-lo ainda mais na roda das vidas sucessivas.

Além disso, é importante dizer: chega um momento em que saímos da igreja, porque pensamos que o Padre não diz nada com nada, somente lê aquelas palavras desconexas, e isso é verdade. Então descobrimos alguma vertente mística que já nos amplia a mente para o mundo do astral e conhecemos a energia, a manipulação, os corpos, os plexos, e todo o arsenal do mundo mental e energético. Mas chega num ponto que isso já não satisfaz, porque ainda estamos dentro da Lei da Causa e Efeito. Então encontramos o caminho espiritual, onde no silêncio Deus se revela como Presença e nós sentimos Deus e conhecemos Deus da forma como Ele quer que seja conhecido. Então podemos voltar lá para as pregações do padre e entender aquela baboseira toda com os olhos da Luz. Então aquilo que nem o padre sabe que diz, nós conseguimos sentir no coração, pois já vivemos consciente através e com o Deus, ou melhor Deus se deixou viver consciente e através de nós.

Não acredite nessas religiões que sob o pretexto de evoluir o homem no pensamento dizem que você deve renascer mil vezes, e ainda assim, talvez, não seja o suficiente. Isso é outra bobagem. Você não precisa renascer mil vezes, a menos que queira ou que desconheça Deus. Não se está negando a existência de espíritos, de energias, de chacras, de almas, de sua interação, não! Com efeito, tudo isso existe, mas existe num nível pequeno de Vida, num nível que acorrenta o homem.

Um sábio já disse que muitos se lembram de Jesus, porém se esquecem do Cristo, e aí está o grande entrave…

Outros ainda afirmam que o homem precisa suar a camiseta e ofertar pães para os pobres como forma de caridade e dizem que o monge solitário no mosteiro é um egoísta. Ignorante do ego que afirma isso, que não sabe que monge por estar unido a Cristo pode agir pelo homem de camiseta suada, controlá-lo, e fazê-lo sua marionete de boas ações. Isso só para dar um pálido exemplo. Para chocar mesmo. Mas em verdade esse monge pode fazer chover bênçãos sobre mil necessitados sem mover uma pálpebra, pois ele se uniu a Deus e Deus é a vida em tudo que há e nada há que não seja Deus.

Agora que você já sabe disso, pode voltar a rezar sua Ave Maria e o seu Pai Nosso com mais eficácia. Pode rezar para o seu santo com mais lucidez. Você acaba sendo simples. Não precisa mais ficar amarrado e escravizado nessas “religiões evoluídas”.

Você e Deus… que diferença tem? Não você pessoa, mas Você.

Agora, relaxe, pode sorrir…



Mestre Adyashanti - A consciência - O espaço

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