quarta-feira, 22 de abril de 2020

Reflexão sobre a vida, suas dores, suas conquistas


Nascemos num corpo de carne, que também é um veículo da consciência, daquilo que, em essência, realmente somos. Digo isso, não por ter lido em algum livro, ou por ter ouvido alguma pregação, mas, sobretudo, por ter tido experiências, ainda neste corpo, que me convenceram de que eu não sou ele (o corpo), que ele é antes um boneco orgânico, dotado de uma energia própria e de um certo processo de vida, por assim dizer, vegetativo, que abriga durante algumas horas aquilo que eu sou, ou seja, como já dito, a consciência.
Temos, geralmente, uma visão de vida completamente avessa à realidade. E isso é a regra na nossa atual sociedade, e não poderia ser diferente diante dos valores que nela são inseridos, e com os quais alimentamos os nossos sentidos desde a mais tenra idade. A consciência do eu se identifica com o corpo, passamos a agir, a fazer as coisas, a viver em função dele, até nas coisas mais simples, quando, por exemplo, machucamos um dedo, não raro ouvimos dizer: “veja, eu me cortei” (não se ouve, “veja o dedo do meu corpo está cortado”). Diferenças sutis, mas que são monstruosas do ponto de vista da realidade da vida.
Ou, ainda, quando alguns leem algum livro, ou estudam algo a mais sobre a realidade extrafísica, que é o nosso mundo original, trazem consigo a ideia inicial, também avessa, de que o corpo espiritual e o mundo espiritual são como se fossem réplicas deste mundo em que estamos. Contudo, é justamente o contrário que se dá, esse corpo carnal e esse mundo no qual estamos é que são, com efeito, as réplicas imperfeitas do corpo e do mundo original, que são espirituais.
Dizer que são espirituais, para o fim a que me proponho nesse texto, não significa dizer que são coisas vagas, sem formas, sem dimensão, tamanho, cheiro, medida, etc. Até pode ser de um ponto mais elevado ainda, mas não por este ângulo que estou tentado expor, qual seja, o ângulo do mundo astral, onde a consciência ainda é revestida por um invólucro material, mais sutil, mas que ainda assim é material, e com o qual se expressa no mundo para o qual vamos, ou para a dimensão para qual vamos logo em seguida ao desenlace decorrente do falecimento do corpo físico.
E nesse sentido podemos dizer que há vários tipos de corpos astrais, ou espirituais, lembrando que a denominação astral surgiu em decorrência da corrente ocultista, que comparava a luminosidade dos corpos com a luminosidade de certos astros, daí surgindo essa denominação, sem prejuízo de muitas outras existentes por aí a expressar a mesma coisa, em graus e níves, entretanto, variados, consoante a vibração da mente do ser.
Mas onde quero chegar é no seguinte ponto: na mudança do foco da mente, como nos ensina o mestre Sana Khan, em suas obras, escritas por Luiz Roberto Mattos, nas quais ele assevera ser essa mudança de foco um ponto fulcral para o início da evolução legítima da consciência humana atual.
E se paramos para pensar, quando divisamos as coisas como elas realmente são, ou seja, do ponto de vista do espírito, da consciência, acabamos valorizando as coisas que realmente têm valor. Passamos a deixar um pouco de lado as coisas egóicas, e realmente isso no começo pode ser um tanto assustador, haja vista a imensa mudança de paradigma que acontece na nossa mente. Como um simples exemplo, podemos perceber, e digo isso por mim, a diferença de pensamento e de padrão mental, de hoje para os dias anteriores em que não tive essas experiências. Eu queria ser autoridade, ter poder, ter dinheiro sobrando, poder comprar as coisas, usufruí-las, etc. Mas depois que passei a viver mais a vida do espírito, depois que passei a ter experiências que me comprovaram tão claramente como a luz solar que eu não sou esse corpo unicamente, os valores, a minha busca, passou a ser a aquisição da felicidade, da sabedoria, da paz no coração, do desenvolvimento da compaixão, passou a ser o planejamento do que fazer para me tornar uma consciência mais ampla, mais dilatada, mais útil nesse grande cenário da vida de nosso Deus Criador, porque, acreditem-me, trabalho há imensamente, e quando a alma está ciente de sua natureza, e faz aquilo que lhe traz paz, o trabalho se transfigura em delite e prazer imensos. Por isso, não raro escutamos que as almas nunca param de trabalhar, isso falando das almas boas, das consciências já desprendidas do cadeado das ilusões imediatistas, uma vez que, de fato, para elas trabalhar é um presente divino, poder ser útil, poder fazer o bem, ser concorrente desse concerto todo, é realmente uma graça!
Aspiro, portanto, chegar nesse nível um dia. Ainda estou longe, preciso limpar a minha alma, por assim dizer, os meus corpos sutis, das energias acumuladas pela má conduta cármica de vidas passadas, mas trago bem firme na mente esse desejo de um dia ser um tijolo útil no castelo de Deus em benefício de toda a criação.
Falo em limpar a alma, porque já renasci, ou melhor, já voltei a encarnar num corpo de carne, sabendo que iria passar por doenças, principalmente na área gástrica e intestinal, e sabia que essa era a forma de limpar os meus erros, as memórias de atos equivocados, de maldades praticadas, porque todos os nossos atos ficam energeticamente registrados no corpo psicossomático, ou ainda, em um nível mais sutil, no corpo mental, e a alma não sente tranquilidade enquanto não escoimada de seus vícios. É como uma roupa suja que precisa ser lavada para que você possa ir bem bonita a uma festa. Exemplo banal, mas serve para a finalidade.
Existem certas regiões no astral, em que não podemos ir se tivermos nosso corpo astral pesado pelo acúmulo desses energias, e lá nós passamos a ver a felicidade desses tantos outros irmãos e irmãs, todos consciências como nós, que foram melhores do que nós em conduta, em sentimento, em ação, e que podem acessar tais locais, e desejamos arduamente lhes igualar em possibilidade, para também sentirmos essa felicidade, para também podermos trabalhar em prol do bem Maior, visto que nisso consiste o fanal das grandes almas, propulsor da paz verdadeira.
Então chega um momento em que escolhemos, ou nos é imposto, renascer em tal ou qual situação física desajustada para reequilibramos as nossas energias, limparmos nossos veículos de consciência, e galgarmos mais degrais na evolução.
Ainda bem que o Criador, do qual fomos emanados, e digo isso porque de certa forma somos parte dele, e ele é parte de nós, é todo misericórdia, e nunca fecha as portas da regeneração às almas verdadeiramente arrependidas e sinceras.
E ainda bem que tem consciências amigas, que já nos precederam em muito nesse jornada, que optam por nos ajudar a subir a escada da evolução, almas amigas que nos dão apoio, uma encarnadas conosco no mesmo cenário, outras ainda no outro lado da vida, mas que são verdadeiros faróis para nossas almas peregrinas.
A dor, portanto, quando vem dessas causas de nascença, aparentemente produzidas por aquilo que chamamos de má sorte, não tem outra causa senão esta. Não é uma apologia ao sofrimento, mas sim um pincelada rápida sobre a necessidade de saber sofrer com proveito, para o benefício da própria alma. O sofrimento rebelde, irresignado, raivoso, para nada serve senão para agravar o quadro de dor, e manter a alma a repetir ainda mais e mais tais lições, como o aluno que reprova de ano na classe escolar. Não é disso que estou comentando, mas sim sobre a consciência de que, às vezes, o remédio amargo é necessário para cicatrização e que devemos suportá-lo com coragem e fé.
Verdadeiramente, não sei bem porque estou escrevendo essas coisas, apenas estava me sentindo mal, passei o dia com problemas de saúde, meio cabisbaixo, e resolvi sentar aqui para escrever sobre outra coisa, e acabou saindo esse texto, talvez para mim mesmo, mas que, por poder ser útil também a mais alguém resolvi publicar no blog.
Que a paz verdadeira se instale nos corações.
Que possamos todos evoluir em consciência.
Que possamos, com isso, ser úteis e mais profundamente felizes e autorrealizados.
E isso, crede-me, tem muito mais valor e está muito, mas muito mais além, do que ter isso ou aquilo aqui nesse plano material, essa ou aquela posição social, nada disso…
São conquistas interiores, personalíssimas, suadas, e de cada um.
Fica a reflexão.
Rodrigo, Lavras do Sul, 22/04/2020.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Sepulcros Caiados - Quando a visão se engana

SEPULCROS CAIADOS

Quem entende, um pouco que seja, da vida do espírito, sabe da supremacia que possui a beleza da alma em comparação aos transitórios contornos do corpo.

Já vi muita gente bonita por fora, de prender os olhos de quem as vê, que são quais sepulcros caiados...

E já vi, também, corpos não tão belos, abrigarem almas de excelsa beleza e formosura...

Na minha juventude, eu valorizava a forma, hoje prevalece em mim a admiração pelos corações belos, pelos sorrisos radiantes, pelas palavras sinceras e amigas...

Muitas víboras mostram-se nos campos da vida dotadas de cores chamativas e pele bonita, mas não deixam de ser cobras a exalar peçonha...

É preciso cuidado, portanto.

Nesse terreno, não trago a menor dúvida, de que mais vale o sentir do que o enxergar, pois, não raro, onde os olhos se enganam, se perdem...

A energia, porém, não mente. Ela é o que é...

Fica a observação salutar !

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Separação do Joio e do Trigo



Já estava previsto nas Escrituras Sagradas que chegaria um momento em que se daria a separação do joio e do trigo. Foi dito ainda que o joio iria ser recolhido aos molhos. Isso tudo está ocorrendo. Mas é necessário que ocorra, o planeta não pode permanecer indefinadamente atrasado em sua marcha evolutiva. Poderia escrever sobre isso de forma mais explícita, mas escolhi não fazê-lo para não chocar muitos corações. Não é de agora que os ceifeiros vêm trabalhando na colheita, eles já promoveram muitos Tsunamis... É que agora por atingir todo o planeta as coisas ficam mais claras. O corpo morre, volta para o colo da terra, porém a alma sobrevive à transformação da matéria. Alguns não voltarão mais para este planeta, outros retornarão, e isso faz parte do processo. Na época de Lemúria e Atlântida já aconteceram coisas parecidas. Os capelinos também precederam-nos nesse cenário. Está tudo certo sob o sol. Tudo vai da lente que se está utilizando para enxergar os fatos, com uma lente escura, enxergamos tudo escuro, com uma lente clara, enxergamos tudo mais nitidamente. Deus, o Supremo Criador, está no controle de tudo. Quando pensarmos que Ele nos abandonou, observemos por um instante o tamanho minúsculo da nossa galáxia perto da vastidão do Cosmo, e descansemos, na certeza de que os planos de Deus são muito maiores...

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Reflexão sobre a vida original




Prezados, esta vida atual, apesar de real, tangível, não é a vida verdadeira, no sentido de original, principal. A vida verdadeira, no sentido de perenidade, é a vida espiritual. No plano espiritual, há muitas dimensões, em variados graus de densidade da matéria, e diversidade de tendências e características de seus habitantes, que são pessoas (espíritos) assim como nós, variando, em maior ou menor grau, a aparência das formas, de modo que mais belo se torna o espírito quanto maior for o seu desenvolvimento intelecto-moral. Mais feio é, ao reverso, quanto maior for sua perversidade e maldade (fruto da ignorância, da escolha). Sei que pode parecer um pouco abstrato falar disso para quem não teve experiências fora do corpo, de forma consciente, ou para quem está naturalmente envolto no véu do esquecimento, contudo, no nosso interior, nós sabemos dessa verdade. Tenhamos, portanto, isso bem vivo na mente, e desejemos do fundo do coração, melhorar a pessoa que somos, melhorar a nossa alma, os nossos sentimentos, procuremos desenvolver mais compaixão, amor, equanimidade, entre outros, a fim de sutilizarmos os nossos veículos de expressão (corpos, energia), a fim de podermos ter natural acesso às cidades astrais onde pode podemos nos desenvolver muito, em todos os sentidos, e podemos encontrar uma alegria mais genuína. Seremos, pois, mais felizes, quanto mais bondosos formos. Tudo isso pode parecer difícil de entender quando aqui na terra, no plano material, as coisas parecem não ser assim. Mas isso, digo mais uma vez, nada é, perto da realidade suprema da vida. Essa vida onde ainda impera a esperteza, a galhardia, a maldade, é muito pequena perto da vida espiritual, astral. Quanto tempo podemos viver aqui, no máximo cem ou quiçá cento e vinte anos? Isso nada é. Lá podemos viver quatrocentos, quinhentos, seiscentos anos, ou muito mais … Não nos deixemos iludir. Procuremos desenvolver nossas virtudes. E todos nós as temos. Nas menores coisas podemos nos melhorar. Se a coisa fica difícil, podemos pedir auxílio por meio de uma prece, de uma oração, e com certeza seremos bem influenciados pelas pessoas amigas que já nos precederam na jornada, ou até quem sabe pelas forças da natureza que se afinizam aos seres de bom coração. Com o tempo, começamos a entender que Deus vive em cada ser, se expressa em cada ser, é como se Ele estivesse experienciando a sua própria vida por meio de cada vida fragmentária, da qual somos uma expressão. E nisso podemos desenvolver as virtudes, ao vermos, por exemplo, no brilho do olhar do nosso gato, do nosso cão, do nosso amigo, do nosso vizinho, vizinha, conhecido, conhecida, a face de Deus Vivo. Não é, pois, bem mais factível desenvolvermos em nosso coração, assim, aquela suprema máxima do grande Modelo quando nos disse para amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos ? Enfim, lembremos do conselho de um espírito sábio que já habitou a Terra e "brilhemos nossa luz". Não nos esqueçamos jamais, por maiores sejam as aparentes agruras, que na face de cada um de nós brilha a perene e triunfante vida para além de todas as formas, para além do tempo e do espaço, que é a própria face Suprema do Deus Eterno. 

Canalizado de forma livre de 'Isaías" (mentor espiritual que tem me acompanhado nessa encarnação).

As mil faces do Deus





Deus, o Grande Espírito, o Inconsciente, entre outros vários nomes, Ele enxerga a Si mesmo, por meio de muita faces, mediante muitos olhos, entre os quais os meus e os teus...

Só há, na essência, na profundidade, um Grande Ser a refletir-Se em cada ser.

Mergulhe, portanto, em si mesmo, vá ao encontro do Silêncio Poderoso da sua alma, do seu coração e O descubra.

Assim, a máxima de "amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo" faz todo o sentido e desdobra-se naturalmente como o desabrochar de uma flor.

Rodrigo F. dos Santos, Lavras do Sul, 08/04/2020.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Psiquismo e evolução




O psiquismo estagia em muitas formas antes de chegar no reino humano. É dizer, a consciência divina de Deus Altíssimo, insondável, incriado, como se desdobra e se autolimita, ingressando, assim, na cadeia evolutiva.

Almas de escol, de elevado quilate, nos dizem pormenores sobre esse tema em obras variadas, não se sabe, contudo, o “porquê” da criação, nem como exatamente se dá o processo de autolimitação da Grande Consciência.

Fato é que Deus, ou qualquer outro nome que queira dar para essa Força Criadora, está mais próximo do que a própria respiração, como dizia Joel Goldsmith, e está presente em todas as coisas, sendo todas as coisas dotadas de vida, até mesmo os minerais, vegetais, entre outros.

Tudo, portanto, carrega em si o "sagrado" e merece profundo respeito. Devemos para de olhar para os outros seres, como, por exemplo, os animais, como seres inferiores. Eles em essência derivam da mesma fonte que nós humanos. Apenas trilham o caminho, ao seu tempo, ao seu passo, no palco da evolução.

Assim como nós um dia também fomos pedras, vegetais, animais, e então atingimos o reino humano, eles também atingirão. Treinemos, pois, a mente e o coração para enxergar a "essência divina" em todas as coisas, e com isso exercitemos a compaixão, o amor, a bondade...

Lembremos do exemplo da bolha de sabão, em cujo interior contém o mesmo espaço do exterior, e do cubo de gelo que é apenas uma forma diversa da matéria do mesmo elemento água. Quero dizer com isso que "mudam-se as formas, mas a essência permanece inalterada".

Com o tempo, com o passar das vidas, com as experiências adquiridas, seremos, ao nosso turno, co-criadores inclusive de planetas e galáxias.

Alegria, portanto.

Mestre Adyashanti - A consciência - O espaço

Sobre a consciência , compartilho este vídeo do mestre espiritual Adyashanti: Nisso está a chave do despertar. Não em "pensar&qu...