Para
além da religiosidade... Ou melhor, sem trazer conotação religiosa
a este assunto, podemos dizer que a melodia da felicidade é aquela a que todos almejamos. Sempre reflexionei e acho interessante como nós
nos sentimos bem quando praticamos algo que o coração diz ser o
bem. Não sei o que é o bem em palavras, mas sei sentir o que é o
bem. E naturalmente as coisas verdadeiras são assim, isto é,
inexprimíveis em palavras. De outro ponto, alguém poderá
conceituar o amor, a compaixão, a paz, com meras palavras? Não! Nem
de perto arranhamos. Contudo, essas coisas são expressadas por
energias que estão na natureza, brotam da natureza, estão nos
seres, brotam nos seres, pois nada está separado do tecido de fundo
da criação. Assim, quem sabe se criássemos o hábito de nos
conectar com essa fonte de bem-aventurança as coisas não se
tornariam mais leves em nossa vida e na vida daqueles que nos
rodeiam? Se fulano, gosta de preces, que faça preces. Se beltrano
gosta de meditação, que medite. Se sicrano gosta de emitir
pensamentos nobres, positivos, que os emita em abundância. Sejamos
como lanternas da paz, sejamos benfeitores anônimos, espargindo luz,
espalhando energia compassiva por todos os lados. Se passa por alguém
na rua, não veja outro alguém, mas sim um ser humano igual a
nós que busca a felicidade e cuja existência em última análise
está ancorada no mesmo tecido de fundo universal, pelo que somos a
única e mesma coisa se exprimindo no mundo de formas diferentes
conforme a própria mente acredita que deva ser. Não importa! Emita
pensamentos no éter: que haja paz nesse ambiente, que tal pessoa
(que nunca vi antes na vida) saia daqui banhada em luz e leve isso
para sua família e que tudo para ela dê certo e em todos os níveis
e que ela atinja a felicidade… Um animal na rua, olhe com amor,
veja que há também uma luz nos olhos dele, uma fagulha que anima
aquela forma corpórea, cujo tecido de fundo é também o mesmo. Uma
planta, uma flor, uma pedra, a areia, até o barro, tudo a mesma
coisa… Exercitemos isso. Isso é ser luz no mundo. Isso é trabalho
de benfeitor espiritual. Não precisamos aguardar a transmigração
da forma física, como a morte, para fazer isso. E alguns podem ser
perguntar: mas e eu? Como fico eu? Ao que respondemos: se acima foi
dito que o tecido de fundo é o mesmo, quando emitimos bençãos (e
temos esse poder por filiação divina) emitimo-la também a nós
mesmos. Treinemos, no começo pode ser mecânico, no meio começamos
a sentir um calor no coração e um brilho nos olhos, e o fim... Ah!
O fim não existe, só Deus (permita-me usar essa palavra) sabe até
onde essa luz pode chegar e que maravilhas pode fazer!!!
Lavras
do Sul, 14-11-2019.