quarta-feira, 8 de julho de 2020

Notas sobre a unidade da vida.


Observe que quando Jesus falou que quando fizéssemos o bem a um daqueles pequeninos era a Ele que, em verdade, o faríamos, Ele não falava como um homem, mas sim era a Consciência Universal falando através do homem Jesus, ou, em outras palavras, o próprio Cristo que pronunciava as palavras.

Observe, ainda, que quando a Consciência Universal falava não havia palavras inúteis ou floreios desnecessários, de modo que cada palavra era colocada como tijolo preciso em local adrede programado.

Não é de se espantar que têm passagens das Escrituras que ainda hoje não foram dissecadas em sua profunda extensão. 

Nada mais natural, pois a sabedoria aumenta à medida que se elevam as experiências do espírito, e isso, claro está, não ocorre de uma hora para a outra nessa dimensão de sonhos, onde o tempo tem, sim, seu papel, ainda que possa ser ultrapassado por alguns, em caráter de exceção, que já penetram em sintonia para além da causalidade (não é, contudo, a regra).

No plano da dimensão profunda do Ser, não havia, não há, nem tampouco haverá divisão entre o homem Jesus, o Cristo de Deus, a própria Consciência, e as pessoas todas, por mais bárbaras que sejam/fossem.

Assim ao alcançar um pão ou um copo d'água a uma criança, por exemplo, tal medida é ato da Consciência Universal servindo a ela própria por meio de personagens diferentes e temporariamente esquecidos de Sua Natureza Divina.

Não é parábola ! 
É exatidão de palavras...

Há, sim, parábolas, como a do joio e a do trigo, entre outras, porém há muitas coisas que são mais literais do que se pode supor. O homem raso, aqui, que não poder entender, ou, quiçá, não conseguir aceitar os fatos diante de seus estreitos lindes do raciocínio, prefere atribuir ao campo da alegoria aquilo que não fora senão comentado como uma verdade insofismável.

Ainda levará algum tempo, nessa dimensão, para isso ser disseminado de forma tão inconteste quanto ao conhecimento hoje reinante de que a terra não é plana e que dragões não a vigiam pelas beiradas, como antes se supunha.

Agora pense numa outra coisa. Vivemos numa época estranha. Geralmente só se aceita uma coisa como verdade quando se diz "é científico". Mas você já parou para pensar profundamente sobre isso? Quem diz que uma coisa é ou não é científica? Não é o homem? Mas o conhecimento do homem abrange o absoluto? Creio que não. 

Não se contesta aqui as descobertas dos laboratórios e testagens humanos, o que se quer sinalar é que, no campo da Alma, a diretriz cartesiana do pensamento é tão incapaz de penetrar quanto um pássaro sem asas de alçar voo.

Fica a digressão como nota reflexiva.

Voltando ao tema em enfoque, não há, portanto, divisão. O budismo fala em avydia como ilusão. Não há o que verdadeiramente buscar. Não há o que fazer nesse sentido. Tudo já está pronto. O olhar é que precisa ser treinado...

Enquanto as lentes do olhar não forem limpas, então seremos mais ou menos livres para buscar evolução, nascer e renascer, rir, chorar, sofrer, e gozar de uma série de sensações, sabores, texturas, tudo sujeito à linha do tempo, aos inevitáveis resultados da causalidade, ao nascimento, a morte e assim sucessivamente, até o dia em que vem o cansaço, o precioso "cansaço" de todo esse teatro. 

Sim! O cansaço, a insatisfação tem seu importante papel na caminhada, da mesma forma que é preciso repugnar um doce para parar de comê-lo.

Então, voltamos às palavras do Cristo, e então apenas exclamamos: "Ah! ...".

E esse "Ah!..." é o grande prêmio da dor, é presente Divino, o "click" que faltava para tornarmos a sorrir !

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Dedico esse simples comentário aos corações de boa vontade. 

Os cérebros aqui não compreenderão vírgula após vírgula...

Paz.

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