sexta-feira, 10 de julho de 2020

O que somos ?!



Esse aqui é o meu caderno (caderno de quem? risos, aqui já identificamos um "ego"), mas, enfim, é um caderno onde se deposita reflexões, pensamentos, às vezes, notas brotadas do mais profundo silêncio, fonte essencial do nosso essencial Ser. 
Acreditamos que somos algo por que pensamos. Ainda alguns teceram máximas relativamente verdadeiras, que, não podemos dizer equivocadas, mas, talvez, mal interpretadas, ou, ainda, corretas dependendo do ponto de vista, como aquela que diz "penso, logo existo". 
Mas posso existir sem pensar? Claro que sim. E nisso, realmente, consiste a nossa natureza essencial, primordial, bem-aventurada, sempre presente por detrás da cortina de ferro dos pensamentos. 
Assim como crescem as nossas unhas, os nossos fios de cabelos, da mesma forma como a nossa pele se renova de tempos em tempos, o nosso coração bate, a respiração acontece, a digestão tem o seu curso, etc, os nossos pensamentos acontecem em nós. Há um órgão invisível aos olhos atuais, mas presente através e no entorno do corpo físico que produz os pensamentos, que interpreta, que analisa, que compara, que julga... 
É apenas um órgão chamado mente. É um órgão que pertence a uma entidade chamada ego, da mesma forma como o intestino pertence ao corpo. Nós, contudo, não somos nem o ego, tampouco os pensamentos do ego, nem a mente do ego, embora estes sejam importantes instrumentos que "deveriam" estar a nosso serviço. Não raro, porém, ou melhor, via de regra, nossa essência acaba escravizada por eles como que um pássaro dentro de uma jaula. 
O mundo caminha, entretanto, para novos horizontes mais felizes. No fundo, não há desastres nos acontecimentos, nem nas guerras, nem nas doenças, nem das pandemias, que conduzem à morte. Tudo são bençãos. Sabem alguns, todavia, que isso não pode ser, de imediato, compreendido pelo ego, pois ele está preso a correntes de pensamentos imediatistas. Contudo, tais acontecimentos dolorosos são a chave de um novo alvorecer, de um despertar, tanto individual quanto coletivamente. 
 A nós, cabe-nos desidentificarmo-nos do ego, no sentido de deixar de tê-lo como nosso eu essencial. O ego existe, e tem sim o seu importante papel, contudo deve estar a serviço da Consciência, que é o que verdadeiramente somos, mas não o contrário, o que tem, infelizmente, acontecido há muito tempo. 
Atualmente, somos dois, um ego e uma Consciência, e entre esses dois podemos optar onde por o foco da nossa percepção. Um é conceitual, analítico, o outro é apenas Presença, Presença Eterna e Bem-Aventurança. 
Nas Escrituras Sagradas, o próprio Moisés já havia obtido tal resposta da "sarça ardente" que, quando inquirida, lhe respondeu em palavras absolutas: "Eu sou o que sou". 
Que o Pai Celestial nos conceda a graça desse entendimento e nos dê mais expansão da Consciência para que possamos herdar o "Estado de Graça". 

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